domingo, 11 de março de 2007

É cú ação.

Olha o pandeirão aí, gente!

Brasil, Paraíso Carnaval, dessa vez está no topo, e não é na Copa, nem no vôlei, nem na desigualdade social, nem no não-crescimento econômico, nada! Dessa vez o Brasil é líder no consumo de produtos inibidores de fome. Tuns, quiduns, quiduns, quiduns!

Duvida? Então clique. Com taxa de 12,5 pessoas a cada mil, bate mais que o dobro dos EUA, 4º colocado, com 4,9 no quesito "encanados de preguiça". E olha que aquele paisinho é obeso, hein?

Já conheci algumas pessoas, homens e mulheres, que fecham a boca na hora do almoço, e se deliciam nos potes de Nutella, fumam e não fazem uma sequer atividade física. Aí, apelam para o Plano Verão, pacote que ataca as folhas, não as raízes; coisa que só mesmo um brasileiro poderia nomear.

Eu sou contra esse mercado predatório que explora trabalhadores estressados de uma metrópole e acabam, com isso, gerando consumo de uma série de serotonineiros e anestesias, do tipo cigarro, novela e cagadores; essas ervas que vendem sem prescrição médica. Acredito que é preciso equilibrar esforço de valia (trabalho) com vida pessoal saudável. Critico, critico mesmo, e não tô muito aí se vão dizer que cada um faz o que quer com o corpo, porque no fundo é uma mentira, todos são influenciados pelo medo do fracasso e ansiedade pela aceitação. Uma professora de sociologia disse que o consumo nunca foi, tanto quanto hoje, um índice de tamanha importância para avaliar o que acontece com o povo dos grandes mercados.

Seu Madruga já dizia: "Quado a fome aperta, a vergonha afrouxa." Para cá eu faria uma inversão de palavras. "Quando a vergonha aperta, há fome, há frouxa."

Eu cursei Propaganda e Marketng e observei uma grande desilusão equacional.

De um lado, empresas loucas para enriquecer; do outro, consumidores.

+

De um lado, empresas loucas para enriquecer; no meio, manipulação de informação (jornalismo, propaganda e RP)

=

De um lado, consumidores loucos para emagrecer; do outro, empresas enriquecendo.



Eu chamo isso de é cú ação.

Mais ainda:

De um lado, manipulação de informação; do outro, empresas enriquecendo

x


A ciência a favor do bem-estar social

=

De um lado, empresas enriquecendo, aos fundos, pagamentos; do outro, a ciência enriquecendo.

Ou melhor:

De um lado, empresas enriquecendo; do outro, alertas dos vícios

/

Ação do governo

=

#VALOR#
(impossível dividir por zero)

E como exmplo desse fator mídia x comportamento (que é óbvio que acontece, mas não tão óbvio quanto a que acumula na bile), eis mais uma matéria falando da coisificação da mulher nas propagandas; a mulher como objeto de consumo, a mulher como manequim sexacéfalo, a mulher como estatus cervejeiro etc. Vale a pena ler, aqui. Só não acredito que um dia vá haver "responsabilidade" na comunicação, conforme sugere a tal Zurbriggen. Uma vez existindo loyalties para empresas tabagistas, veiculadores do tipo Veja e anunciantes exploradores, ou seja, a tríplice RP-JR-PP, ou a "comunicação social", o termo responsabilidade será vaporizado do dicionário mediático.

Orwell, Huxley... por que vos lêem como passa-tempo?

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