A arma do sexo forte
Clichê é papagaiar a expressão mulher-sexo-frágil. Frágil? Então tá. Eis o que é a greve de sexo. Homens ficam anos, décadas, séculos desenvolvendo maneiras mais devastadoras de aniquilar o inimigo, fazer a Guerra, para, de repente, ao entrar no quarto da patroa, encontrar não um vale de prazeres, mas um par de pernas cruzadas em protesto, um par de pernas comandadas por uma mulher que diz: ou sai da guerra, ou aqui não entra.
Fim da Guerra, meus senhores. E ainda há quem diga que os neurônios que constroem a bomba atômica, os músculos que subjugam os fracos, os chicotes que abrem valas sangrentas nas costas de carne ébano, são do sexo mais forte. Estão lá, nos Congressos, nos pleitos, banhas masculinas, ternos beges, púbis gordos e sedentários a ditar o rumo das nações.
A paz está nas mulheres. O equilíbrio da existência. Aí estão para balancear a animalia dos machos. Com um fechar de pernas. Um fechar de portas. Como Lisístrata, a ateniense de Aristófanes que reuniu tanto conterrâneas quanto espartanas para, juntas, trazer paz à Grécia. É a mulher daqui se aliando com a e lá, forçando guerreiros de ambos os lados decidirem entre os portões da guerra e os portais do amor. A Batalha do Peloponeso chega ao fim e ambas cidades celebraram, nesta peça, a fluidez, o vinho, a paz, o orgasmo. Um suspiro pela vida que existe. E pela que virá.
Dos milênios e meio depois, ativistas femininas do Quênia promovem uma semana de descoito (nem mesmo o biscoito) em protesto às disputas políticas dentro do governo local. Há dois anos, nas eleições, morreram 1.500 pessoas, e 300 mil abandonaram suas casas. Por isso, o lado forte decide levantar o lençol. Greve de sexo. E dessa vez até mesmo a mulher do primeiro ministro e a do presidente devem aderir, se o caso for levado a sério.
O elefante filhote se acostuma a ficar amarrado a um toco de árvore porque não tem forças para puxá-lo da terra. Quando cresce, a idéia fixa já está enraizada: se não pude, não posso. E então o paquiderme adulto se conforma em não enfrentar a corda que o prende ao pequeno toco de madeira. Preso a uma idéia antiga.
Não será o mesmo com as mulheres, hoje adultas, receosas do poder de um toco, uma clava? Onde está o feminismo inteligente a destruir o machismo, o preconceito, a guerra?
Amor, minha gente, amor.
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Fim da Guerra, meus senhores. E ainda há quem diga que os neurônios que constroem a bomba atômica, os músculos que subjugam os fracos, os chicotes que abrem valas sangrentas nas costas de carne ébano, são do sexo mais forte. Estão lá, nos Congressos, nos pleitos, banhas masculinas, ternos beges, púbis gordos e sedentários a ditar o rumo das nações.
A paz está nas mulheres. O equilíbrio da existência. Aí estão para balancear a animalia dos machos. Com um fechar de pernas. Um fechar de portas. Como Lisístrata, a ateniense de Aristófanes que reuniu tanto conterrâneas quanto espartanas para, juntas, trazer paz à Grécia. É a mulher daqui se aliando com a e lá, forçando guerreiros de ambos os lados decidirem entre os portões da guerra e os portais do amor. A Batalha do Peloponeso chega ao fim e ambas cidades celebraram, nesta peça, a fluidez, o vinho, a paz, o orgasmo. Um suspiro pela vida que existe. E pela que virá.
Dos milênios e meio depois, ativistas femininas do Quênia promovem uma semana de descoito (nem mesmo o biscoito) em protesto às disputas políticas dentro do governo local. Há dois anos, nas eleições, morreram 1.500 pessoas, e 300 mil abandonaram suas casas. Por isso, o lado forte decide levantar o lençol. Greve de sexo. E dessa vez até mesmo a mulher do primeiro ministro e a do presidente devem aderir, se o caso for levado a sério.
Grandes decisões são tomadas durante conversas na cama, então, estamos pedindo a essas duas senhoras que neste momento de intimidade peçam aos maridos: Querido, você pode fazer alguma coisa pelo Quênia?, disse Patricia ao programa Focus on Africa, da BBC.Por impedir a descarga do instinto mais animal do homem, que é o sexo, ameniza outro de seus fortes impulsos naturais, que é o poder absoluto sobre o inimigo. Afinal, se somos os seres pensantes, por que ser sempre animais? A diferença está no terno? Então, do ser animal, que guardem a parte boa.
O elefante filhote se acostuma a ficar amarrado a um toco de árvore porque não tem forças para puxá-lo da terra. Quando cresce, a idéia fixa já está enraizada: se não pude, não posso. E então o paquiderme adulto se conforma em não enfrentar a corda que o prende ao pequeno toco de madeira. Preso a uma idéia antiga.
Não será o mesmo com as mulheres, hoje adultas, receosas do poder de um toco, uma clava? Onde está o feminismo inteligente a destruir o machismo, o preconceito, a guerra?
Amor, minha gente, amor.
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- Notícia do BBC sobre a greve de sexo no Quênia.
- Lisístrata e outras mulheres de Atenas aqui.
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