terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Atenção futuro, seu avô sumiu!

Uns meses atrás eu perguntei: se o Lula é democrático, a informação sobre nosso passado deveria deixar de ser obscura. Na ocasião, ele tinha dito alguma coisa de que os documentos históricos Confidencial da ditadura seriam vetados ao conhecimento do público de fora, ou seja, os não brothers. Que fez lembrar da manipulação da "verdade" que os governantes faziam para subjugar os cidadãos de 1984 a seu bel prazer. Coisa não muito rara de se encontrar nas bancas e telinhas, já que, sob o bem querer de que "meus consumidores não têm tempo de saber de tudo, então imponho-lhes meu desinteressado ponto de vista", editoras informam apenas o que se convém. Puro George Orwell.

Agora essa: os arquivos sumiram!

O arquivo do extinto Serviço Nacional de Informações (1964-90), sob guarda da União, sofreu uma "limpeza" na qual foram suprimidos documentos que deveriam constar de acervos federais.


A descoberta do sumiço comprova, de maneira inédita, relatos de antigos funcionários da chamada "comunidade de informações" do regime militar (1964-85).


O arquivo do SNI, agora sob guarda do Arquivo Nacional, é esperança de cerca de 140 famílias para encontrar os corpos de desaparecidos políticos. Pesquisadores esperam obter nele novos dados para contar a história do regime militar.


Minha professora de História dizia: "Estudar o passado é para para entender o presente e planejar o futuro." Do ponto de vista do professor de Aritmética, "o presente é o último dos pontos de uma curva que se inicia no passado, e tal curva tem uma tendência a ser prosseguida ao futuro."

Mas, professora, e se a gente não souber do passado? O de História não sabe como responder, mas o pragmático responde: "sem futuro".

O que fazer quando as versões são contadas por quem é letrado, o que exclui o ponto de vista do oprimido? A de História se embaralha, mas o pragmático diz: "então a curva construída a partir do presente-vocês segue uma porcentagem de erro."

Sei que as perguntas não são nada originais. Só que me dá raiva viver o que eu já li em metáfora. Acho que vou ler alguma auto-ajuda, ou desses romances de encomenda, e dizer no futuro aos meus netos: eu lia Luft.

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