terça-feira, 26 de junho de 2007

O nosso lixo de cada dia.

O cara que fez isso é foda. Ponto.

Estes são dois milhões de garrafas plásticas, o número usado nos EUA a cada 5 minutos.

Uma homenagem à Mari, que é contra o uso de sacos plásticos de supermercados. (Mari, vá no site do cara. Lá tem imagens com a opção dos sacos de papel.)

Na seqüência abaixo, 60 mil sacos plásticos, número usado a cada cinco segundos.



E uma bela arte feita com "latas-pixels". Du caralho. São 106 mil latas de alumínio usadas a cada meio minuto. É o consumismo colorindo nossa vida!



Vejam mais no site do Chris Jordan. Para ir direto às fotos, clique aqui. Espere carregar tudo, porque a página tem muita imagem. Mas prometo que vale a pena o aguardo.
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Papa e Gore no faça-o-que-eu-digo.

Interessante artigo do Duplipensar. Fala dos discursos de humildade do Papa num contexto onde muito dinheiro foi gasto com celebridatismo, com papa-móvel de marca e diversas contradições, enquanto aqueles que foram, até mesmo a pé, idolatrá-lo, passam a fome. Fome que passa longe dos banquetes gastronômica e culturalmente divulgados pela mídia.

Concordo com o Anselmo. Só não vou me meter a falar do Al Gore poluindo mais do que ambientalizando, porque não foram dadas as devidas provas. Mas que é muito showmício, isso parece mesmo.

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Bomba-gay, peido e bafo como armas de guerra.

De repente, nas trincheiras, ouve-se um abafado BUM — ou foi PUM? — que vem de longe e, de repente, faz pensar que foi perto.

— Ei, soldado. Peidou, foi?
— Senhor, achei que fosse bafo seu, senhor.
— Só se seu pau tivesse sujo, se é que.... ahn... me entende... soldado.
— Senhor, vontade não me falta, e, é estranho, é ainda mais agora, senhor.
— Sua pistola está... armada... soldado?
— Senhor, cuidado, o inimig—Oh!

E assim perderam a guerra.

É o que aconteceria se as três bombas das quais ouvi falar fossem jogadas ao mesmo tempo entre os exércitos do eixo do mal.

Li aqui, depois na estatal bem-sucedida BBC britânica, que o Pentágono tem projetos de construir bombas sociais, morais, e não mortais. Uma delas é a Bomba Gay, ou a Bomba do Amor.

Segundo a BBC, a tal por mim chamada "Bomba G", uma vez acionada, liberaria uma reação química e estimularia certos hormônios que tornariam os soldados "inevitavelmente irresistíveis" uns para os outros.

— Sabe, Jack... Ouvi dizer que os iraquianos vão virar liberais, como os gregos.
— Imagine-os com aquelas fardas... arms the barracks, pegou?, Ennis...

O cientista que inventou isso provavelmente viveu na época do paz e amor. É a máxima "Façam amor, não guerra" a serviços belicosos. Em inglês, é a guerra morna. War-mmm.

A outra é a bomba "Who? Me?", que produz a sensação de gasosos detritos humanos, ou melhor, o de um peido silencioso e putridamente fétido. Todos nós sabemos que nada é capaz de produzir tanta desconcentração — em casos de gás hilariante, descontração — como uma bufa bem dada na hora errada.

Segundo a BBC, pesquisas apontaram que a premissa para tal "engenheca" seria falha, já que soldados de diversos exércitos estão acostumados com os odores fecais das roupas de seus companheiros.

Então, já que não vai pela discórdia higiênica, o que aconteceria se os soldados não pudessem dar umazinhas nas garotas das regiões onde se hospedam? A terceira bomba pega justamente na sociabilidade dos combatenes: causam bafo. Uma pesada e nauseante halitose. Assim, segundo o laboratório do Pentágono, os soldados seriam associados a características animais e não humanas.

E eu que achei que apenas nos desertos onde corre o Papaléguas do Coiote existisse a ACME. É bom os iraquianos, os iranianos, os norte-coreanos, e, num futuro, os brasileiros das fronteiras amazônicas, irem se acostumando com a idéia.
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domingo, 17 de junho de 2007

Google dá-dá


Cara, essa Google, empresa sãper legal — de trabalhar, de ter uma conta, de rir com brincadeirinhas online — é mais perfeita ainda! Claro que o custo de ser tão legal, de dar tudo de graça pra você, tinha um preço. Vi neste artigo, do Alexandre Rubesam, como funciona todo o universo da empresa para datamainear nossos dados e oferecer a garantia de relevância aos anúncios que a gente vê no Orkut, no e-mail etc.

Alguns trechos.

Os neuróticos de plantão, temerosos das antiutopias Orwelianas [sou eu =)]com governos oniscientes, controladores e repressivos, já podem ficar tranqüilos. Já vivemos sob os atentos olhos do "Big Brother". Seu nome é Google e nós gostamos dele.

A receita Google, apesar de tecnicamente complexa, é simples de explicar: armazene em computadores gigantes todas as informações de quem clicou onde, quantas vezes, quando, e vindo de onde. Armazene as buscas feitas em mecanismos de busca. Armazene e-mails. Coloque tudo num grande algoritmo, programado por uma porção de nerds do mundo todo, e adicione mais supercomputadores a gosto. Pronto, a Google "organizou a informação do mundo" pra você.

Não que o conceito seja novo. Bancos e outros setores já têm usado os dados dos clientes e técnicas estatísticas para avaliar a chance de um cliente comprar ou cancelar um serviço há anos, o que resulta naquelas aprazíveis ligações da sua companhia telefônica ou do seu banco, oferecendo-lhe um serviço à la "no caso, senhor, nós vamos estar te oferecendo este produto totalmente grátis por um mês".

Implícitas neste modelo estão duas suposições. A primeira é a do consumismo: somos definidos pelo que consumimos. A segunda é a de que concordamos em deixar a Google usar nossos dados pessoais (quando você instala um aplicativo Google, há um disclaimer típico dizendo que a Google "não fornece seus dados pessoais a terceiros, a não ser da maneira descrita na política de privacidade Google").

O medo justificado de ter nossa privacidade exposta é contrabalançado por um simples fato. Se eles deixarem nossos dados caírem em mãos erradas, o modelo de negócio deles desmorona e, portanto, não é provável que isso aconteça intencionalmente. Além do que, lembre-se de que a Google invade a sua privacidade mas não conta para ninguém – afinal de contas, eles não são malvados.


É fantástico! Eles são tão legais que não consigo nem criticar! Pôxa, o que seria da minha vida sem? E, afinal, que contrato?

Mas vale a pena recomendar isto. Tem um site em inglês que fala sobre o cuidado que temos que ter com as bolinhas coloridas. Google Watch. É capaz que ele seja do próprio Google, caso um dia eles queiram vaporizar possíveis rebeldes.

Enfim. Meu e-mail é Gmail, este blog é Google, então, por favor, se quiserem comentar algo, tenham medo e me chamem pra uma cerveja. Mais tarde eu publico alguma coisa sobre o que li no Watch.

Enquanto isso... Tô de Google no senhor.
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Massacre? Massacre?! Pam!

Arquivos?
Apagados.

Memórias?
No refúgio.

Governo?
Próspero, ah!

Vejam que falha de sistema interessante.

O governo chinês proíbe qualquer linha de rodapé em jornal ou livro didático que cite o massacre da Praça da Paz Celestial que aconteceu no ano de 1989 em Pequim. Os motivos? São os melhores, garanto. (Na época houve uma manifestação de centenas, milhares de pessoas, que pressionavam o governo para tomar políticas democráticas, e o Exército foi autorizado a descansar o dedo no gatilho em quem estivesse vagando por lá. A cobertura da notícia foi tão caçada que não se sabe se foram trezentos ou quatro mil os mortos pela chacina.)

Então uma garota universitária, que cresceu sem o conhecimento do fato, conseguiu um emprego num jornal, como censura da seção de anúncios. Quando leu a frase Um tributo às persistentes mães da praça da Paz Celestial, pensou: "Ah, deve ter sido um acidente que aconteceu numa mina." — E deixou publicar a homenagem.

Gravíssimo!

O governo agora quer que o culpado seja punido! Fere o direito chinês! O país das Olimpíadas de 2008! — A redação do periódico está sendo interrogada.

Winston, foi você?

O fato deverá ser deletado, assim como a Amazônia é um território internacional e os arquivos de nossa ditadura nem pelo Lula serão liberados. Mas, tudo bem. A História sempre foi a versão dos patrões.
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quarta-feira, 13 de junho de 2007

Coca, cana e água

Depois de inventar o Papai Noel vermelho e fazer propaganda subliminar, a Coca-Cola botou mais um mito na mídia. Comprometeu-se a devolver à natureza cada gota de água que utiliza, num programa com o grupo ambientalista WWF (aquele cujo símbolo é o urso panda, mas não o pop star Knut).

O presidente disse que 40% da água utilizada pela empresa (290 bilhões de litros em 2006) é parte das bebidas. Os outros 60% (ou seja, 435 bilhões) são usados nos processos produtivos, como limpeza, calefação e esfriamento.

Mas olha o problema: "o açúcar contido em cada litro de Coca-Cola precisa de 175 a 200 litros de água para ser produzido", segundo Jason Clay, do WWF.

Não é mais fácil pedir água, hein, hein?

Dizem que a multinacional e o WWF trabalharão para melhorar a eficiência no uso de água em toda a cadeia produtiva da companhia, começando pela cana-de-açúcar. "No entanto, a questão da cana-de-açúcar também está relacionada com as políticas agrícolas."

Pausa... Buscando arquivo... Lula... Cana... queimada no sertão... seca... colônia... combustível verde... plim!

Ai. De onde a Coca-Cola vai tirar água para devolver? Vai invadir o Aqüífero Guarani? Cuidado com território brasileiro, hein, seus cocadas, que a cana daqui é para o combustível "verde".

Acho que um copo d'água mata mais a sede que um de coca, em iguais temperaturas. Só não mata a sede, sabe de quem? Do capitalismo, hó, hó, hó...

Eu voto que é blá-blá-blá de relações públicas.
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domingo, 3 de junho de 2007

Juventude anti-sexo em Caracas

Caracas, essa cidade daria mesmo uma obra de ficção. De fricção também. (Só que já criaram, bolas! ¬¬)

Primeiro porque tem maioria pobre que assiste (assistia) canais nada a ver com a sua realidade. Segundo porque o presidente costuma ter posturas de dois gumes. Quer instalar câmeras na capital venezuelana para inibir a violência da cidade. Dois gumes porque ninguém sabe se a violência a ser combatida é a que mata pessoas, ou a que se rebela contra seu governo.

Terceiro porque Chávez agora vai adotar o sistema de polícias de bairro. Polícia comunitária formada por militantes. O esquema, pelo que entendo, funciona por voluntariado. Novamente dois gumes porque se por um lado "agrega confiança" à segurança oficializada, por outro levanta a dúvida sobre a capacitação de quem vai empunhar armas e ordenar capangas. Interesses pessoais podem surgir. Só conhecemos um homem depois que ele assume um cargo de líder, uma boa grana ou alguma arma de fogo.

Quem será escolhido? Haverá Zés Pequenos e seus rivais? Sem contar que milícia comunitária lembra o movimento Juventude Anti-Sexo de Júlia, da obra 1984 de George Orwell. Eles eram grupos de jovens fanáticos, adoradores intransigentes do Grande Irmão, que denunciavam suspeitos de tramarem contra "ele". Com ou sem provas. Bastava desconfiar, e pronto, o sujeito sumia do catálogo em questão de dias.

Cada vez mais Chávez ingremeia a linha que divide populismo de autoritarismo. Só que, por mais "anti-democráticas" possam parecer suas atitudes contra a oposição, o povo continua com ele há muito tempo, e não há burguesinha que mude essa postura da maioria. Ou seja, não dá pra dizer que ele é anti-democrático enquanto a maioria o apoiar.

Só estando lá para ter uma opinião menos enlatada. Para quem está de fora, soa como a política de dois gumes. Ou de gomas, porque o sabor pode até parecer agradável, mas eu ainda não engoli.

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sábado, 2 de junho de 2007

Vamos à balada gay?????

Tem pessoas que se acham moderníssimas. "Vou até em balada gay", dizem elas. "Tenho a mente super liberal", defendem-se dos olhares. "Gays são tudo", vangloriam-se de seus amigos.

Mas, como eu já desconfiava, é tudo confete. Alguns amigos homos que tenho me mostraram o outro lado dessa mente super aberta. E o que eles dizem é que muita mulher gosta de ir à balada gay por um motivo simples: é legal ver dois caras se beijando. Algumas não se conformam que os apolos as rejeitaram, e acabam a noite criticando o desperdício de homem.

É o mesmo que se você beijasse alguém, ficasse um povo à sua volta apontando, comentando, rindo.

Na ala masculina, é comum o pensamento: vai que sobre um casal de lésbicas que viram bi por minha causa? "Está nos pornôs, está na vida."

Essa coisa de — vamos numa balada gay??? — quando o convite é de hetero, soa mais como entretenimento do que a (pseudo) postura sem-preconceito. A mulherada diz "adoro ver homem se beijando" e, por trás desse discurso, "adoro ir ao circo!". Homem que "adora ver mulheres se pegando" também não passa de um machista, já que vem à tona a exaltação da dominação. O harém e seu sultão.

Concorde ou não, pelo menos é a visão que me passaram. O gay acaba se tornando uma peça, do belo e do estranho, mesmo que o espectador diga que nada daquilo seja estranho pra ele/ela. Um teatro ao vivo, espontâneo. Parada Gay é espetáculo. "Hahaha, vejam como eles são divertidos! E é de graça!"

Não é a toa que na Austrália, um bar gay já conseguiu provar essa postura de "visita ao zoológico", e conquistou judicialmente o direito de barrar heteros. Acho justo.

Há, é claro, os freqüentadores de baladas pelo motivo de serem amigás. As que adoram ombro gay. São sensíveis, entendem o lado feminino, e falam sem capitus na língua. Cuidado para isso não virar estereótipo, porque "mulher é tudo igual" está na mesma ala do discurso do "gay é tudo de bom."

Se você que me lê também é hetero, calma, ainda há, pelo menos aqui em Sampa, no circuito noturno "alternativo" e enquanto não criam uma lei semelhante à da Austrália, um bom motivo para ir em balada gay: são as melhores músicas. Pelo menos, falo das casas de rock e eletro. O pessoal costuma respeitar sua "anormalidade perante o ambiente", desde que você também aja conforme, e não banque o lado de fora da vitrine.
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sexta-feira, 1 de junho de 2007

E se corrupto morresse?

A China condenou à morte um funcionário público. Motivo: corrupção.

A Operação Canalha teve um bafafá na semana passada, mas parece que os ânimos abaixaram. Quem dera os provados tivessem um final feliz como o da China. Mas para isso, é preciso que haja interesse "democrático" para ser provado.
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Milagres por fora, desastres por dentro

A nutricionista Andrea Galante escreve sobre os perigos de quando a estética passa a perna na saúde aqui. É curto e objetivo, vale a pena ler.

A ela eu só acrescentaria a minha (e talvez de outros) teoria do espiral da neura. Os desequilibrados investem mais na estética por fora, mas, por não cuidarem de dentro, cedo vem mais um problema a ser costurado, e ou gasta-se mais com os consertos, ou a saída é o consumo de medicamentos anti-doneças metropolitanas. A gente acaba ficando com um motor enferrujado com lataria de primeiro mundo. E dá-lhe tunning!

Entendeu? Não? Depois explico. Manda e-mail. Mas o "depois" é cerveja.
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Eleições na cara ou coroa dura.

Não que eu seja burro por espontânea vontade. Mas por maioria de votos, votos obrigatórios, ah, isso eu sou.

Com um presidente que parecia que ia entrar na história e acabou contando historinha (é o que sinto pelo que me chega), tenho a impressão que tanto faria se fosse Serra, Geraldo ou quem quer que queira vestir a faixa presidencial. Ainda mais com os interesses mediáticos e as cotas proporcionais de verba (pública) para propaganda eleitoral dos partidos. Parece que optaremos eterna e ternamente entre azuis ou vermelhos, mas na verdade roxos, como na época dos café-com leite.

Então, na próxima eleição, por que não assumir o modelo filipino de decidir eleição e poupar nossos ouvidos e verba? Os caras elegeram um vereador no cara ou coroa. Pelo menos eles são sinceros para com o eleitor.

Ponto positivo: o gasto seria com a moeda oficial.
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