domingo, 17 de junho de 2007

Massacre? Massacre?! Pam!

Arquivos?
Apagados.

Memórias?
No refúgio.

Governo?
Próspero, ah!

Vejam que falha de sistema interessante.

O governo chinês proíbe qualquer linha de rodapé em jornal ou livro didático que cite o massacre da Praça da Paz Celestial que aconteceu no ano de 1989 em Pequim. Os motivos? São os melhores, garanto. (Na época houve uma manifestação de centenas, milhares de pessoas, que pressionavam o governo para tomar políticas democráticas, e o Exército foi autorizado a descansar o dedo no gatilho em quem estivesse vagando por lá. A cobertura da notícia foi tão caçada que não se sabe se foram trezentos ou quatro mil os mortos pela chacina.)

Então uma garota universitária, que cresceu sem o conhecimento do fato, conseguiu um emprego num jornal, como censura da seção de anúncios. Quando leu a frase Um tributo às persistentes mães da praça da Paz Celestial, pensou: "Ah, deve ter sido um acidente que aconteceu numa mina." — E deixou publicar a homenagem.

Gravíssimo!

O governo agora quer que o culpado seja punido! Fere o direito chinês! O país das Olimpíadas de 2008! — A redação do periódico está sendo interrogada.

Winston, foi você?

O fato deverá ser deletado, assim como a Amazônia é um território internacional e os arquivos de nossa ditadura nem pelo Lula serão liberados. Mas, tudo bem. A História sempre foi a versão dos patrões.
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