Fábricas de diploma
Se estamos na era da Informação, pode-se dizer que atingimos a Revolução Industrial. Porque o que temos produzido em série, em T-fordismo, são os diplomados.
Temos fábricas de currículos surgindo em todos os bairros, e a promessa é óbvia: uma chance de concluir os estudos e ter um futuro brilhante. Tal promessa surge hoje, mas se espelha em argumentos antigos: de quando faculdade concluída era sinônimo de emprego.
E nivela-se por baixo. Muita gente com o mesmo rótulo. O mercado tem a mão invisível, e na tentativa desta mão separar as pepitas do cascalho, exigem, já para cargos baixos, o domínio de duas línguas, pós-graduação, MBA e mais a caralhada de títulos que temos no varejo da informação.
É a política do Wal-Mart na seleção de futuros: levar mais por menos — e com um smile ilustrativo.
Com tanta prensa de currículo, caímos no espiral da oferta-demanda: não basta o diploma, tem que ter extensão logo que se sai do superior; e experiência de cinco anos na área para a vaga de assistente.
O resultado: alta procura por pós-graduação antes dos 25 anos. Uma alucinação vítima das exigências superficiais.
Nessa corrida pelo carimbo no papel timbrado, e, do outro lado, na busca da sala de aula cheia, o comprometimento com o ensino e aprendizado escorre pelo tubo:
Temos fábricas de currículos surgindo em todos os bairros, e a promessa é óbvia: uma chance de concluir os estudos e ter um futuro brilhante. Tal promessa surge hoje, mas se espelha em argumentos antigos: de quando faculdade concluída era sinônimo de emprego.
E nivela-se por baixo. Muita gente com o mesmo rótulo. O mercado tem a mão invisível, e na tentativa desta mão separar as pepitas do cascalho, exigem, já para cargos baixos, o domínio de duas línguas, pós-graduação, MBA e mais a caralhada de títulos que temos no varejo da informação.
É a política do Wal-Mart na seleção de futuros: levar mais por menos — e com um smile ilustrativo.
Com tanta prensa de currículo, caímos no espiral da oferta-demanda: não basta o diploma, tem que ter extensão logo que se sai do superior; e experiência de cinco anos na área para a vaga de assistente.
O resultado: alta procura por pós-graduação antes dos 25 anos. Uma alucinação vítima das exigências superficiais.
Nessa corrida pelo carimbo no papel timbrado, e, do outro lado, na busca da sala de aula cheia, o comprometimento com o ensino e aprendizado escorre pelo tubo:
- enche-se a grade horária, que é linguiça, para criar percepção de mais conhecimento aprendido;
- professores despreparados para fazer o "consumidor" entender sua matéria (temos menos alunos e mais consumidores);
- listas de presença, porque a prova escrita vale assim como o carimbo em detrimento da ética;
- faculdades-clube, faculdades-conceito, etc.
Mas há esperança. Pelos resultados da 3ª edição do Enade, que é o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes para 48 carreiras avaliadas, percebe-se que existe insatisfação dos alunos em relação à faculdade prestada. E uma delas é a sensação de que a instituição poderia ter exigido mais.
E não estamos falando de mensalidade.
Em tempo: um amigo acredita que, com o descaso do governo à Educação, é capaz aconteça o mesmo que se deu com as escolas particulares em São Paulo. Há meio século atrás, eram sinônimo de baixa qualidade de ensino, e destinadas a quem não entrava nas escolas públicas, que, também opostas à situação de hoje, eram bem conceituadas. Num futuro bem próximo vai compensar pagar a faculdade, pois ela será comprovadamente mais enriquecedora que a universidade pública. A julgar pela importância dada ao tema, nós de vinte e poucos anos, deveríamos pensar na meia para o estudo dos filhos de daqui outros vinte e poucos anos. E como o pagamento traz desigualdade, carros blindados serão uma boa para nos sentirmos mais protetores, nesse descaso que perdura.
E não estamos falando de mensalidade.
Em tempo: um amigo acredita que, com o descaso do governo à Educação, é capaz aconteça o mesmo que se deu com as escolas particulares em São Paulo. Há meio século atrás, eram sinônimo de baixa qualidade de ensino, e destinadas a quem não entrava nas escolas públicas, que, também opostas à situação de hoje, eram bem conceituadas. Num futuro bem próximo vai compensar pagar a faculdade, pois ela será comprovadamente mais enriquecedora que a universidade pública. A julgar pela importância dada ao tema, nós de vinte e poucos anos, deveríamos pensar na meia para o estudo dos filhos de daqui outros vinte e poucos anos. E como o pagamento traz desigualdade, carros blindados serão uma boa para nos sentirmos mais protetores, nesse descaso que perdura.
Um comentário:
o conceito de universidade foi totalmente deturpado com essa onda de super-curriculo para trabalhos de até baixa necessidade de técnica. Universidade era para você entrar na carreira acadêmica e curso técnico era profissionalizante, hoje os papeis se deturparam e universidade é sinônimo de currículo pra qq coisa, o que acaba com qq expectativa de formar mestres e doutores que vão FICAR na universidade, não só para dar aulas, más para pesquisas. Hoje vc se forma em até 2 anos e o mercado te exige, as vezes, mais de um diplomas de graduação...e no trabalho, vc faz 2 anos de mestrado por 15% de aumento...tsc...tsc...imoral isso....
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