domingo, 6 de maio de 2007

Presidente comandante, em zepelim brilhante

Se a obra Chico Buarque lembra, entre outras coisas, a censura política daquela época de censura política pela força, não pela grana, então já possuímos alguma relação com essa nuvem icógnita de censura das TVs, que paira nos ares da Venezuela de Hugo Chaves e seu socialismo moderno.

E se zepelim nos faz lembrar da canção da Geni, da Ópera do Malandro que lembra Chico, vejam só, temos dois pontos em comum!

Estou falando dessa notícia aqui: "Capital da Venezuela usará zepelins para patrulhar ruas."

Na notícia lemos que, para combater a violência, Caracas será vigiada por 3 enormes zepelins gigantes, com um só comandante, que viu naquela cidade tanto horror e iniqüidade. A população se queda admirada pelas câmeras que cada um vai portar. O detalhe do slogan, bem dirigido: Nós estamos vigiando você para a sua segurança.

O eterno paradoxo...

É bem verdade que, se há violência na cidade, é preciso coibir o crime de alguma forma; no centro de São Paulo já temos algumas câmeras instaladas, vigiando as noites de quem se aventura por suas ruas de luz âmbar. (Aliás, estou apaixonado por aquela região em sua Virada Cultural...)

Do Lula (ele nunca sabe nada, mesmo...) não precisamos nos preocupar. Só que lá, a combinação vigilância+socialismo moderno+censura não me parece 100% de boas inteções.

Recentemente saiu uma pesquisa que diz que o Brasil, no mundo, tem a 90ª imprensa mais livre. Venezuela é bem pior, diz lá. A RCTV (a Rede Globo de lá) está dizendo pra todos que Chavez é anti-democrático, porque pretende não reafirmar a concessão da emissora. (Para saber mais sobre isso, leia aqui). Aqui, o Berzoini já tentou uns projetos recentes de censura; o seu redator encontrou um sinônimo suavemente eufêmico.

Três enormes zepelins? Caracas!

Geni, chama o Hugo!

Acontece que a donzela
E isso era segredo dela
Também tinha seus caprichos
E ao deitar com homem tão nobre
Tão democrático para com o pobre
Lembrou de "A Revolução dos Bichos"...
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