sexta-feira, 25 de maio de 2007

Papa papão.

Segundo diversos jornais espalhados pelo mundo, o papa mostrou que é que nem o Lula. Pode ter o carisma que for, mas não tem o conhecimento mínimo que se espera de um cargo tal.

Süddeutsche Zeitung, alemão, e El País, espanhol, são dois dos que se referem às declarações do papa de que os povos indígenas na América Latina estavam "à espera do cristianismo" e de que a nova crença "não foi uma imposição" sobre os povos pré-colombianos.

Já na versão silvícola...

O jornal alemão diz que "ao espiritualizar o resultado de morte, assassinato e exploração", o papa acabou passando a mensagem de que "no final das contas, os sobreviventes aceitaram Cristo, e tudo bem".

O editorial diz que o papa causou indignação entre os povos indígenas, assim como causou a revolta de muçulmanos com o discurso de Regensburg.

O diário espanhol "El País" também destaca a polêmica desatada pelas declarações do papa, afirmando que "os indígenas brasileiros se declararam na segunda-feira terem se sentido ofendidos pelas afirmações de que a igreja havia purificado os índios e que voltar às suas religiões originais seria um retrocesso".

Senhor, perdoai este papa. Ele não sabe o que diz. Só falta dizer que as "bruxas" foram queimadas porque queriam pegar um bronze.

Um papa desses deveria servir só pra benzer.

Sem contar que o que foi gasto com esse cara aqui no Brasil daria pra construir quantas casas aos desabrigados? É uma hipocrisia, uma fachada tamanha que só no Brasil tem. Enquanto os verdadeiros católicos precisam se apegar aos conceitos de redenção, já que num país corrupto assim não dá pra ter fé.

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Promoção no puteiro

Em Pádua, cidade veneziana (na Itália, claro), o prefeito decretou que os clientes de prostituição de rua serão multados, assim como as garotas que se vestirem de uma forma "que ofenda a decência pública".

Em ofensiva, as profissionais do sexo criaram uma promoção para reter a clientela. "Foi multado? A gente reembolsa."

Já estou até pensando na campanha publicitária.

A gente não usa a bolsa só pra rodar. A gente abre as pernas pra você. No seu bolso, só a gente pode. Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta.


Será que dá pra receber o valor em forma de vale?

Essa reinvindicação classial, a união de um sindicato de prostíbulo independente, e demais "indecências públicas" lembram o rebuliço que também aparece em Ópera do Malandro (que estréia 17 de outubro, e até lá dou mais informações).


Para quem também considera a prostituição como um sarcástico índice de felicidade na sociedade, sugiro ler as ótimas obras Trópico de Câncer (Henry Miller), Pantaleón e as Visitadoras (Mario Vargas Llosa) e Ópera do Malandro (Chico Buarque). Se você tiver mais sugestões de obras, em literatura, cinema ou teatro, coloque nos comentários ou me mande um e-mail. Valeu.
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Saia ao alto!

"Ai, que feio, Claucio. Imagine a situação delas?" — OK, OK, assumo o errado. Mas pra não perder o trocadilho politicamente incorreto, aí vai.

Uma gangue de ladrões de calcinha vem aterrorizando as mulheres mais jovens de Pereira, Colômbia. Os mãos-leves abordam as donzelas durante o "horário de pico", que é das 17h às 19h, e exigem a entrega da calcinha e outros objetos de valor. Obviamente, somente quem usa saia corre esse risco. Até então, na notícia nada foi falado sobre elas serem mais violentadas após o furto.

A polícia solicita que as meninas usem calças, para inibir a ação dos maníacos.

Difícil deve ser a explicação da menina: "me passaram a mão."
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quinta-feira, 24 de maio de 2007

Jesus: referência em piercing

Body Piercing? Jesus fez um há mais de dois mil anos.

É assim que anuncia a Igreja Anglicana em sua "cruzada" contra o piercing, movimento que tem seu equivalente com mais força na Itália.

O argumento tanto desta Igreja quanto da Católica é a de que os jovens vivem seguindo as tendências da moda, e que a religião pode ajudá-los a ter maior profundidade (?), libertação etc. do que um simples acessório, que só é tão difundido entre adolescentes porque cria uma falsa sensação: a de construir uma identidade própria e justificar seu eu no mundo, principal urgência da faixa etária (o trecho depois dos dois pontos é por minha conta).

OK, concordo com o ponto de que piercing não tem muita serventia senão a estética estática, puramente superficial e rebelde sem causa. Mas é uma bela duma falácia comparar o caso a Jesus. E a Igreja não deveria se apropriar do problema enquanto coloca-se como solução.

Mas, beleza. De qualquer forma, é um fato curioso, que sensibiliza nossa percepção sócio-antropológica. Porém, se eu tivesse que fazer algo diferente, trocaria o piercing por um livro.
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Sarney e a invisibilidade

Interessante perceber as teorias da amizade na política da malandragem.

Confira aqui o que disse Alberto Dines sobre possiveis razões de Sarney não ser mencionado nas reportagens da Globo.

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quarta-feira, 23 de maio de 2007

Umbanda é coisa do demônio

A Datafolha pesquisou sobre preconceitos religiosos. Só que, ao ler as afirmações, já de cara é possível descartar a validade dessa "boca de urna".

1. "Umbanda é coisa do demônio"
2. "Os católicos não praticam a sua religião"
3. "Os evangélicos são enganados por seus pastores"
4. "Os muçulmanos defendem o terrorismo"
5. "Os judeus só pensam em dinheiro"

O resultado obviamente sairá enviezado (confira aqui). Porque, em vez de perguntar uma opinião, você força o entrevistado a emitir um julgamento já imprimindo em sua mente o julgamento a favor da afirmação. Sem contar que as frases não são neutras, pois dizer que umbanda é coisa do demônio é de cara ignorar as raízes da religião e tomar a voz de quem tem o preconceito contra ela. (Não conheço, e tampouco acredito em demônio).

Nem em pesquisa dá mais pra confiar. E ainda dizem que são imparciais.

A voz do povo é a voz de deus. Os deuses do jornalismo que o digam.
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Tenha menos filhos

A ONG "OPT" (de "optar"?, ou seria mesmo de Optimum Population Trust?) tem uma proposta revolucionária para combater o aquecimento global: ter menos filhos.

Seus integrantes fizeram umas contas e chegaram à conclusão de uma pessoa consome em sua vida o equivalente de gás carbônico de "620 vôos de ida e volta entre Londres e NY". Dizem em seu site:

The Optimum Population Trust believes that Earth may not be able to support more than half its present numbers in the next century, and that the UK's sustainable population level in the 22nd century may be as low as 30 million. Research and policy are summarised on this website and available to all members in the OPT Journal.

É pra levar a sério?

Primeiro, porque nas populações mais desenvolvidas econômico e socialmente os casais já têm menos filhos que seus antecessores. E cada vez a média diminui. No Reino Unido isso já deve ser bem sabido.

Segundo, porque o público-alvo verdadeiro da campanha tem mais filhos justamente porque precisam de "mão de obra" para aumentar a renda do lar, ou que não têm dinheiro para camisinha e à noite não tem o que fazer em seus respectivos barracos. São os esquecidos. Daria para convencê-los de que precisam de menos filhos em nome das geleiras polares? "Quem são essas senhoras? São tão frias quanto a burguesia?" Talvez sim, porque só mesmo tamanha tragédia anunciada para derreter seu coração.

E, em terceiro, "ter menos filhos" seria supostamente a solução para todos os problemas sociais. Menos pessoas nascendo significa menos desemprego, menos pobreza, menos fome, menos criminalidade, menos investimento do governo em assistência social etc. Em contrapartida, se poucos nascerem hoje, quem vai bancar a aposentadoria dos muitos que nasceram ontem? Aí o Brasil e outros de terceiro mundo, ó, crash!

Certeza que a ONG é de elite. Ou de algum lobby disfarçado: o das fabricantes de camisinhas e anticoncepcionais.

domingo, 20 de maio de 2007

AIDS e a síndrome da intelecto-deficiência adquirida.

Lula diz que vai quebrar as patentes dos medicamentos anti-AIDS. Os criadores (ou seriam os empresários?) elevaram suas vozes, porque isso é uma atitude contra o direito intelectual. (Deu na Veja, advinhem... Mas deu aqui a resposta, do governo).

Eu, sinceramente, não sei onde pisar. Por um lado humanitário, digo que os remédios anti-Aids deveriam ser doados à África que morre por dia, e também aos seus semelhantes em miséria. Por outro, penso: se o cara que começou a desenvolver o medicamento, soubesse que sua criação seria distribuída e copiada mundo afora, ele teria começado o trabalho?

Mas até que ponto o direito intelectual está acima da conseqüência do direito intelectual histórico? Não foi pelos avanços intelectuais e tecnológicos que Europa dominou os colonizados? E não foi pela mesma exploração, que os colonizados chegaram a este ponto?

E, a pergunta mais recorrente: quanto de realmente humanitário existe na atitude do Lulábia? Afinal, até mesmo a escravidão foi abolida com fins comerciais...

HIV: Human Interests Virus.
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Bem-vindos ao meu gueto.

Segundo Rodrigo Novaes de Almeida, eu posso ser considerado um gueto? Principalmente quanto ao blog 1, ex "A lava lava"?

Confiram. Se vocês estão lendo isso aqui (ou ali), provavelmente vão se interessar pela discussão do formato das novas mídias para os textos de autores desconhecidos.
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Vem aí uma nova versão da bíblia

PS: eu ia dizer "quando a Igreja ainda era a política", mas, vide os casos de Estado não-laico na Turquia e nos EUA, mudei a frase para

Há muitos séculos, quando a igreja católica já era o poder político, por cerca de 300 anos alguns documentos só foram acessados pelos maiores representantes da religião. Ninguém além deles podia ver a Bíblia Sagrada.

Eu não consigo conceber a pureza da idéia de que a bíblia nunca tenha sido adulterada, nunca tenha sido direcionada aos interesses dominantes.


Para George Orwell, seria como a décima primeira edição do dicionário da Novilíngua.

Pois bem, pois mal: o Vaticano vai fechar sua biblioteca para reformas até 2010. Por três anos. Será que o termo "reformas" está empregado no sentido "construção"? Ou será que dessa vez o mocinho viverá no final?

Aguardem.
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Xenofobia no país da liberdade.

Já que nas escolas cristãs as crianças sofrem represálias até mesmo dos mantenedores, porque não criar uma panela de proteção aos muçulmaninhos?

Mas, a caça às bruxas, a Inquisição, as Cruzadas, só não estão oficializadas.

"O segundo ataque foi desferido por um grupo de conservadores, convencidos de que a escola será um antro de radicais islâmicos."


Mais [complete com um adjetivo]s aqui.




PS: temo que, por ser a Folha, talvez haja um outro lado, e controverso, da história. Mas, é como dizia um amigo: se concordo ou não, que pelo menos cause o exercício da discórdia.
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"Lutaram bravamente pela pátria..."

O Pentágono bem que tentou romantizar a guerra, mas os heróis em questão reinvindicaram a medalha do não-heroísmo.

Um soldado e um irmão de um abatido-em-operação acusam o governo dos EUA e o Exército de lá de distorcerem os fatos das guerras para torná-las mais atraentes ao público.

Lembra o filme "Em Busca da Honra". Mas recordas principalmente a distorção dos fatos que Winston presenciava, e com a qual obrigatoriamente contribuía, em seu mundo de 1984.

Eu juro não queria ler a obra parafraseada tão assim, todos os dias.
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O remédio pra todo pau

Brasileiros estudam veneno de aranha para a cura da impotência. A máfia do Viagra e concorrentes virá com o Venon, mas, de qualquer forma, é como bem dizem: nada levanta mais a cobra que uma boa aranha.

Com moderação, mas beba.

Capítulo da série "Faixa horária, etária ou otária", ou simplesmente "classificação indicativa."

Tem indústria de cerveja dizendo que o governo está tirando o pó da censura televisiva. Tem emissora que escandaliza a imposição de horários de permissão a certas picas de audiência. A minha opinião é que a indústria que se foda. Quanto ao resto, deixo nas palavras de Dalmo de Abreu, do Observatório da Imprensa:

"representantes e defensores das empresas de telecomunicações, que tentam enquadrar a nova portaria entre as práticas de censura [...] tentam assumir a postura de defensores da liberdade, existe a intenção de criar uma imagem negativa do governo, imputando-lhe intenções ditatoriais, esperando-se, com isso, forçá-lo a abrir mão de sua competência constitucional."


E outra: tá na lei que os veículos têm liberdade, desde que com responsabilidade.

Publique com moderação.
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Unaniminíssona.

Encontre o que há em comum entre:

a) A mídia uníssona, realmente uníssona, na voz contrária do estudo (em inglês) que indica que todo esse auê que o pessoal faz do Chavez na verdade é apenas vitimado, pois ele só faz teatrinho, porque nos últimos meses EUA e Venezuela criaram mais laços econômicos que de costume.

b) O Lula, que está cada vez com menos inimigos, pois de presente em presente, o companheiro enche o saco, garante um Feliz Natal pra todos os aliados políticos, e vai construindo um coro uníssono, realmente uníssono.
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Resposta: a liberdade de escolha, mas sem opções.

Jornãolismo.

Lá na Venezuela, o Hugo Chavez não renovou a permissão para a rede televisiva RCTV continuar com suas operações.

À primeira vista, parece um crime contra a liberdade de imprensa, de ideologias etc. Pelo menos foi o que afirmou a Globo, que é uma espécie de RCTV de lá (com dois terços de sua programação dedicada a mostrar a não-realidade da maioria de seus telespectadores, e o outro terço para a propaganda, que custeia a rede e o consumo).

No Jornal Nacional e na Veja, o demônio é que tinha proibido a RCTV de operar. Só que os jornãolistas não disseram que a atitude do presidente venezuelano está prevista na lei, tanto de lá quanto, imagine só, de cá, nas terras entregues a deus do Brasil.

A lei diz que, se for provado que o veículo de comunicação participa/participou de alguma movimentação golpista — e a contribuição é impensável por minha mente inocente —, então ele perderá o direito à concessão. No caso, a própria RCTV assumiu a tentativa de golpe, há três anos atrás. Logo, não tem nada de anormal dessa atitude "ditatorial".

Ditatorial é a postura da mídia. "Deditorial".

Bom, eu li isso aqui.


Atualizado em 22 de maio: leiam isso aqui, sobre o que é censura neste país.

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Escola a mais, desestrutura a menos.

Esse Gilberto Dimenstein escreve muitas vezes sobre a educação no Brasil, e com a maioria eu concordo com a opinião.

Nesta aqui fala de algo que parece óbvio, mas para a política talvez não seja: uma pesquisa cruzou dados e indica que a taxa de criminalidade e gravidez precoce diminui quanto mais o jovem passar seu tempo na escola.

Na minha modesta e realista opinião (no dicionário: realista é pessimista?), quem governa não quer a população pensando, então a educação do colonizado nunca chegará a patrão.



PS: li logo em seguida esta outra coluna, sobre uma proposta interessante para elevar os índices de escolaridade das comunidades mais carentes: chamar os universitários.
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terça-feira, 8 de maio de 2007

Virada Loka

Teve pancadaria, mas não seja cabecinha de achar que foi só isso.

O fato é que a mídia novamente se fez carniceira e mostrou da Virada Cultural apenas o lado que dá audiência: a tragédia.

Porque, fosse cultura, tem uma TV, que pouco se vê, com esse nome.

Enquanto isso, as outras mídias em seus principais jornais só mostraram o lado irracional.

Não passei na Sé. Mas sim pelo Anhangabaú todo âmbar e dança, Praça Ramos Woodstock e brisada, Teatro Municipal imponente aplauso, Barão de Itapetininga com seus roqueiros alucinados, Praça da República que não será mais linda que nesse fim de semana, etc. E por mais que rodasse pelas ruas lotadas não vi nenhum ato de violência ou tumulto sequer. Nem reclamações. Ao contrário, havia muita solidariedade.

São Paulo à madrugada e sem carros é linda e o clima paz-cultura-e-amor dos milhares com quem cruzei deixava a noite ainda mais especial. Famílias inteiras foram ver circo, teatro, balé, música etc. Claro que há quem limite a cultura a apenas o show de rap ou rock, mas até aí, não atrapalhando os outros, tudo bem.

Teve uma meia dúzia que atrapalhou. A polícia, que não culpo muito menos defendo, agiu com base na potencialidade do ato, e deu no que deu. "Virada Cultural vira palco de guerra."

No seu cu!

Porque ficou ali, na Sé, e ponto.

Jornalismo maldito.

A Sé pode ser o marco zero, mas não zerem um evento de 3,5 milhões de sorrisos a 3,5 mil lamentos. Enquanto eu esperava um amigo meu, perto do Teatro Municipal, logo ao meu lado aconteceu uma intervenção circense, e um repórter da Globo estava ali. Filmou por uns vinte minutos, entrevistando os palhaços de perna de pau, tendo que regravar para ficar melhor, etc.

Mas, se alguém viu na TV essa reportagem, me avise. Porque minha antena só captou pancadaria.

Um amigo disse que, estando com a namorada, prefere não arriscar-se-la na Virada. Outros que não foram, não perguntaram o que eu curti: diretos ao 'se eu não tinha me ferido'.

Haja limitação! Mais uma prova de como nós podemos ser facilmente manipulados por caras alheias se não botarmos a nossa pra bater. Pôxa, até minha mãe, sempre medrosa, estava lá!

Repito: a Virada cultural foi maravilhosa. O jornalismo que é irresponsável. Mais que os baderneiros ou os pitbulls de farda.

Tinha que ter uma Virada por mês. E se tiver um "bis" neste próximo fim de semana (como pretende a prefeitura, conforme essa notícia), farei de tudo pra ir.

Confira algumas opiniões no blog da Cacilda e em No Mínimo.

Minha opinião final:


A poesia que é mana
da cabeça ligada
tem a ver com Virada,
sim

Mas a pinga que emana
Da cabeça lesada
Da garrafa virada,
não.

E, por fim, um dado objetivo: os Racionais MC's atrasaram. Tem que cortar no programa, sem dó, porque é meu dinheiro investido. Muito bem investido.

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domingo, 6 de maio de 2007

O retorno de uma foice

Recentemente publiquei aqui, sob título "Mascarada dos camaradas", um trecho do livro 1984. Já falei muito, e não me canso de fazer apologias à grandeza e atualidade da obra — ressaltando sempre que a imagem da política pode muito bem ser substituída pela do Grande Irmão empregatício, consumisteiro etc.: o mercado e suas tendências sócio-político-econômicas.

Mas hoje, é analogia política mesmo.

Deu na Rússia uma revolta recente. No Observatório da Imprensa diz-se que a polícia foi conter os rebelados à base da ignorâcia. A TV russa mostrou que a polícia só se defendeu...

Quem não foi à luta, vai se informar por quem? Por quem contou. E quem contou foi a mão invisível do Putão. Vão esperar os presos políticos firarem caducos e serem ouvidos como uma história de uma repressão de proporções abafadas? Provável que sim.


É pra ter medo? Então, um pouco de nostalgia: o foice e o martelo de volta à cena, na mesma Rússia.

Só falta agora ter uma Juventude anti-sexo.

Quem não tiver saco pra ler 1984, recomendo esta análise: o que é o Grande Irmão, e tudo sobre a obra de Orwell. Pelo menos não vão boiar nas analogias que eu freqüentemente faço.

E viva la revolución.
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Felicidade e hora-extra.

Pesquisa interessante na Inglaterra indica que hora extra no trabalho pode ser conseqüência de um casamento ruim.

(Ou será de um amante bom?)

É, faz sentido. Se em casa só tem novela da TV, novela da vida (porque se repete) e cama sequinha, talvez na cadeira do escritório role uma graninha a mais, pra depois investir em felicidade plástica em algum centro consumista.

É triste, mas faz sentido.

Aí cai na roleta, no espiral da busca pela falicidade no não-contato íntimo, na negação da infelicidade, na ditadura dos hiperbóreos. Na negação do humano.

Podem dizer também que hora extra é plano futuro. "Para comprar minha casa amanhã, vou trabalhar mais hoje." É uma escolha, sim, bem válida. Desde que não caia no vício, como eu já vi em muitos casos. Nem na dependência, do funcionário para com a empresa, ou pior: da empresa para com o funcionário, como acontece com meu pai. (Esse aqui luta... =/)

Gosto dessas pesquisas sócio-antropo-econômicas. São assunto de qualquer teor alcóolico. Menos o de 17% putz putz, claro.

(Notícia aqui.)
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Que bela aposentadoria

O cara apostou que ia chegar aos 100.

Chegou.


Ganhou cemzinho.

Ou melhor,
cemzão.
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Presidente comandante, em zepelim brilhante

Se a obra Chico Buarque lembra, entre outras coisas, a censura política daquela época de censura política pela força, não pela grana, então já possuímos alguma relação com essa nuvem icógnita de censura das TVs, que paira nos ares da Venezuela de Hugo Chaves e seu socialismo moderno.

E se zepelim nos faz lembrar da canção da Geni, da Ópera do Malandro que lembra Chico, vejam só, temos dois pontos em comum!

Estou falando dessa notícia aqui: "Capital da Venezuela usará zepelins para patrulhar ruas."

Na notícia lemos que, para combater a violência, Caracas será vigiada por 3 enormes zepelins gigantes, com um só comandante, que viu naquela cidade tanto horror e iniqüidade. A população se queda admirada pelas câmeras que cada um vai portar. O detalhe do slogan, bem dirigido: Nós estamos vigiando você para a sua segurança.

O eterno paradoxo...

É bem verdade que, se há violência na cidade, é preciso coibir o crime de alguma forma; no centro de São Paulo já temos algumas câmeras instaladas, vigiando as noites de quem se aventura por suas ruas de luz âmbar. (Aliás, estou apaixonado por aquela região em sua Virada Cultural...)

Do Lula (ele nunca sabe nada, mesmo...) não precisamos nos preocupar. Só que lá, a combinação vigilância+socialismo moderno+censura não me parece 100% de boas inteções.

Recentemente saiu uma pesquisa que diz que o Brasil, no mundo, tem a 90ª imprensa mais livre. Venezuela é bem pior, diz lá. A RCTV (a Rede Globo de lá) está dizendo pra todos que Chavez é anti-democrático, porque pretende não reafirmar a concessão da emissora. (Para saber mais sobre isso, leia aqui). Aqui, o Berzoini já tentou uns projetos recentes de censura; o seu redator encontrou um sinônimo suavemente eufêmico.

Três enormes zepelins? Caracas!

Geni, chama o Hugo!

Acontece que a donzela
E isso era segredo dela
Também tinha seus caprichos
E ao deitar com homem tão nobre
Tão democrático para com o pobre
Lembrou de "A Revolução dos Bichos"...
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terça-feira, 1 de maio de 2007

Mas ela podia ser sua mãe!

O próprio consumismo já é termômetro: todos querem a juventude eterna. Mas uma certa faixa dela, não toda. Lembro-me da minha formatura do terceiro ano médio, evento que na minha escola acontecia conjuntamente com a "formatura" da oitava série: as meninas de 14, 15 anos eram mais macaquiadas que suas concorrentes colegiais de 17, 18. (Tá, vai, na época eu achava o máximo...)

Hoje é cada vez mais impossível advinhar a idade de alguém pela cara. Mesmo que in natura. Meu primo de 16 tem 1,89m. Calça tênis 45. Tirando uma espinha ou outra, não daria menos de 18, e nenhum segurança ousaria solicitar seu RG na entrada de uma festa alcoólica.

Mas também tem o outro lado. Os cosméticos anti-idade têm eficácia comprovada. Ninguém dá quarenta pra minha mãe, que em dois anos chega aos cinqüenta. Já perguntaram se eu era seu namorado.
Só não fiquei com vergonha quando questionaram porque já tinha uma noção de que ela é conservada e de que, exceto pela incestuosidade, a relação 40-20 não seria alarde.

Adolescentes comuns querem parecer mais velhos do que são. As titias querem sair com as/os sobrinhas/os. De fato, os vinte-e-poucos anos é a mais disputada faixa etária das preferências aparenciais e, pelo jeito, sexuais.

Chega de blá. Leiam a notícia aqui. Alguns trechos pra cativar:

"Essas mulheres recém-divorciadas e bem de vida, com suas promessas de comida caseira, caminhadas estimulantes e um estilo de vida com pouca pressão estão se mostrando irresistíveis para o homem mais novo", disse o estudo. Parte dos homens também se mostraram interessados em encontrar uma mulher mais velha.

As razões de homens e mulheres, no entanto, são bastante diferentes. Enquanto as mulheres querem um namorado mais novo por causa da diversão e aventura, os homens procuram uma parceira mais velha para conforto e um bom prato de comida (!).

Mas, além do teor Contigo!, perceba as sutilezas da antropologia e sociologia aplicadas na eterna busca da Terra do Nunca.
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Vai um salsichão?

Em abril deu no site da organização muçulmana Ahmadiyya, que em português e com H errado (particípio do R), soa como um alemão pigarreando a palavra "armadilha".

— Ista é arrmadía, uma arrmadía!

Inclusive, foram os alemães que protestaram, dizendo que a pesquisa é falsa. Ela dizia: "carne de porco provoca homossexualidade".

Ou seja: comeu porco, virou gay.


Tirando a curiosidade do tema, das associações, será que não há uma trama religiosamente manipuladora por trás? Não será uma maneira de atacar, juntando, os preconceitos numa coisa só?

Ou será que o Leitão, do ursinho Pooh, virou ícone homo pelo islamismo, assim como o Bambi no Brasil?

Ou os porquinhos de Revolução dos Bichos serão alvo das ofensas?

Se for verdade, a pesquisa, estará provado que judeu não pode virar a casaca. E que devemos duvidar do heterossexualismo do macho que gosta de cachorro quente.
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