domingo, 15 de abril de 2007

A moral é coisa de sua cabeça

__Estes pesquisadores podem até estarem enganados, equivocados etc. em seus números de comprovante científico. Mas tal notícia não deixa de ser interessante; no mínimo, forçaria diversas filosofias e doutrinas a reverem seus conceitos em relação à moral, caso a ciência provasse esta nova verdade, pois sempre mutáveis e temporais que são as verdades.
__Exemplos:
  1. A moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas. (A. Comte)
  2. Se os teus princípios morais te deixam triste, podes estar certo de que estão errados. (R. Stevenson)
  3. Eu sinto a nostalgia da imoralidade (Machado de Assis)
  4. A moralidade é a melhor de todas as regras para orientar a humanidade./O medo é o pai da moralidade./Não há fenômenos morais, mas apenas uma interpretação moral de fenômenos; (F. Nietzsche)
  5. Primeiro vem o estômago, depois a moral. (B. Brecht, em "A Ópera dos Três Vinténs" — e posso dizer que Seu Madruga disse "quando a fome aperta, a vergonha afrouxa"...)

__Falo do estudo levantado por um grupo liderado pelo psicólogo Marc Hauser, da Universidade Harvard, e pelo neurologista António Damásio, da Universidade do Sul da Califórnia. Submeteram diversos voluntários a um questionário com situações-dilema, como "você sacrificaria um filho para o bem de todo o resto ao seu redor?" — Entre as pessoas estavam, propositalmente, alguns indivíduos que sofreram lesão numa área do cérebro que relaciona a consciência com as emoções.
__Os responsáveis pela pesquisa já acreditavam que a moral fosse cerebral. Os resultados apenas comprovam a sua tese: os "lesionados" são mais frios e decidem pela razão, enquanto os "normais" entram em crise e muitas vezes escolhem pela emoção.
__Comovente, não é?
__Chamou a atenção porque, como disse no início, leva a reconsiderarmos diversos pensadores que dedicaram boa parte de suas vidas ao tema da moral, moralidade, moralismo e os filhos bastardos do termo. Resta saber se as perguntas da pesquisa eram apenas voltadas em dilemas da espécie (que seriam natural em animais, como o instinto materno e de sobrevivência) ou se abordavam os tabus. Aí a cobra vai fumar! Digo, digo, aí então as coisas ficarão interessantes...
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__O link da notícia é este.
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